Querendo ver outros blogs meus consultar a Teia dos meus blogs

terça-feira, 24 de abril de 2012

Morte de D.Afonso II

Dom Afonso II foi um homem doente. Tinha apenas catorze anos quando sofreu uma crise tão grave que as pessoas até consideraram milagre o facto de não morrer, milagre este atribuído a Santa Senhorinha de Basto. As crises repetiram-se durante toda a vida e conhecem-se os sintomas:

deformações da pele e da carne, inchaços, feridas repugnantes, e na época julgaram tratar-se de lepra e por isso mesmo lhe chamaram o Gafo, que significa leproso.

O cognome que acabou por vingar – o Gordo – deve-se pois a doença que o deformava.

Morreu em Santarém a 23 de Março de 1223, com 38 anos, ainda excomungado

Segundo o Livro de Óbitos de Santa Cruz de Coimbra, D. Afonso II terá o seu corpo permanecido cerca de dez anos em Coimbra. Findo este período, foi trasladado para Alcobaça, onde recebeu sepultura definitiva, cumprindo disposições testamentárias do próprio, datadas de 1221.

Também a arca tumular de sua esposa D. Urraca de Castela se encontra no Panteão Régio deste Monumento.

No seu testamento deixara clara a sucessão que começaria no seu filho varão mais velho Sancho segundo-se na linha sucessória D.Afonso mas excluindo dela o seu filhos fora do casamento João Afonso.


terça-feira, 17 de abril de 2012

Acontecimentos no ano de 1222

  • As 3 bulas de Honório III
Após a excomunhão de D.Afonso II e perante o apoio que grande parte do clero continuava a dedicar ao rei, cuja saúde se ia agravando a cada dia o papa Honório III lançou nova ofensiva emitindo 3 bulas datadas de 16 de Junho

Uma dirigida ao arcebispo de Braga,no exílio, concedendo-lhe autorização para levantar a excomunhão ao rei e o interdito ao reino, para que ele pudesse voltar ao círculo da Igreja.

Outra dirigida ao rei lamentando a sua teimosia em afastar a reconciliação com a igreja e no sentido de satisfazer a pretensão de Estevão Soares da Silva o referido bispo de Braga , de regressar do exílio, voltando a ameaçar entregar o reino a um estrangeiro.

A terceira é dirigida a dois abades, encarregando-os de entregar a bula anterior ao rei.

De passagem o para excomunga todos os eclesiásticos que tinham continuado a apoiar D:Afonso II, entre os quais os deões de Lisboa e de Coimbra

Contudo mestre Vicente o deão de Lisboa, consegue negociar em Roma uma solução de compromisso, cujo rei já não assinaria devido ao agravamento do seu estado de saúde

  • A consagração de Mosteiro de Alcobaça
O Mosteiro de Alcobaça, também conhecido como Real Abadia de Santa Maria de Alcobaça, Fundado pouco depois do próprio reino, o Mosteiro de Alcobaça resultou de uma doação do Rei D. Afonso Henriques à Ordem de Cister, cumprindo assim a sua promessa pela vitória contra os mouros na Batalha de Santarém.

Neste ano foi consagrada a abadia, onde o rei e a rainha viriam a ser sepultados,

Foi grande a influência deste mosteiro que chegou a controlar 60000 hectares de terra. Os cistercienses também conhecidos como bernardos , eram o resultados da reforma efectuada por S.Bernardo na Ordem de S.Bento



domingo, 12 de fevereiro de 2012

Acontecimentos no ano de 1221

  • Nova bula de Honório III
Logo no inicio do ano, a 4 de Janeiro o papa, por influência do arcebispo de Braga, emite nova bula desta vez dirigida aos dois maiores apoiantes do rei , Gonçalo Mendes o chanceler-mor desde 1215 e Pedro Anes de Nóvoa mestre da Ordem de Calatrava, fundamentalmente segundo o texto de Honório III, pela má influência que exerciam junto do Rei, apelidando-os de "enganadores".

Na ocasião incumbe os bispos de Palência e Astroga e Tui de irem falar pessoalmente com o rei convidado-o a arrepiar caminho, que se pode traduzir em não afrontar o arcebispo de Braga.

  • Novo testamento real
O agravamento da contenda com o papa, o agravamento do seu estado de saúde e a sua viuvez, levam o Rei a deslocar-se para Santarém, onde volta a redigir um novo testamento, que, contudo não altera substancialmente o anterior.

Preocupações sobre a descendência do trono, como habitualmente, considerando também que sendo a origem do poder na Nação nos vassalos a quem entrega a tutela dos filhos menores.

A linha de sucessão que D.Afonso determina não deixa dúvidas nem contestação, aos dois filhos varões Sancho e Afonso (que viriam a ser os dois Reis de Portugal), seguiam-se o irmão Fernando o Infante de Serpa e depois a irmã Leonor , que em 1229 virá a ser Rainha da Dinamarca.

A continuação da linha política de concentração, continuava a criar muita contestação, que mobilizava contra si as animosidades antigas, as irmãs e o arcebispo de Braga, que opunham os defensores dos direitos senhoriais, do partido dos que defendiam a centralização do poder régio.

Na distribuição dos seus bens, não esqueceu atribuir a Roma a soma mais elevada dos legados monetários, 3000 maravedis, mesmo tratando-se de um reino interdito e dum rei excomungado. Além de D.Afonso II não guardar ressentimento ao poder papal, também sabia que argumentos monetários eram muito apreciados em Roma.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Acontecimentos no ano de 1220-2ºparte

  • A Invasão de Portugal por Martim Sanches
Martim Sanches era meio-irmão do rei D.Afonso por ser filho de Maria Aires de Fornelos, que fora amante de D.Sancho I e de quem tivera 3 filhos, e que abandonara o País com sua irmã Urraca Sanchez, colocando-se ao serviço de Afonso IX de Leão,tendo sido por este nomeado governador militar de Límia, Sarriá e de Toronho, territórios onde o arcebispo de Braga possuía bens imóveis.

Para atacar os bens do arcebispo por razões atrás mencionadas, os portugueses terão atravessado a fronteira o que levou a que por ordem de Afonso IX tenha ordenado a Martim Sanches que retaliasse invadindo as terras de Entre-Douro e Minho, chegando a Ponte de Lima.

Para além de vasto saque efectuada pelas tropas leonesas e que motivaram o recuo das tropas portuguesas para Braga e Guimarães, sendo Gil Vasques de Soverosa aprisionado por Martim Sanchez de quem era padrasto, pelo que foi imediatamente libertado e mandado em paz.

O arcebispo de Braga muito embora tenha visto as suas posições reforçadas, acabou por retirar.se para Leão e posteriormente para Roma apelando a Honório III a defesa da sua causa.

  • A Morte de D.Urraca mulher de D.Afonso II
No dia 3 de Novembro morre em Coimbra com cerca de 33 anos, D.Urraca Afonso mulher de D.Afonso II, sendo sepultada no Mosteiro de Alcobaça, num túmulo expressamente construído para ela.

Quase 4 séculos depois D.Sebastião determina que o túmulo de D.Urraca seja aberto e segundo testemunhas a raínha continuava bonita , os cabelos compridos e louros.

Acontecimentos no ano de 1220

  • Início das Inquirições Gerais
Na tentativa de reprimir abusos sobre direitos territoriais e para evitar mais disputas, são lançadas as Inquirições Gerais que complementam as Confirmações lançadas em 1216,

Para tal foi nomeada uma comissão composta por juízes, funcionários públicos e outros elementos da confiança do Rei, sob o comando dos priores de Santa Marinha da Costa (situada no cimo do Monte da Penha, nos arredores da cidade de Guimarães ) e de S.Torcato

A função principal desta comissão era avaliar a natureza e a legalidade de diversas propriedades e direitos senhoriais de igrejas e mosteiros, bem como da avaliação e registo das propriedades que tenham sido ilegalmente desviados da fazenda pública.

Naturalmente que em muitas situações, alguns grandes proprietários opunham-se a que esses enviados reais entrassem nas suas propriedades, mas a pouco e pouco, foi-se alargando o escrutínio administrativo.

Não existe nenhum documento, nem facto conhecido que permita afirmar-se que D.Afonso II pretendia contestar os direitos senhorias legalmente consagrados.

  • Nova excomunhão de D.Afonso II
Por força das Inquirições Grais acima descritas, agravaram-se as discórdias entre o rei e o arcebispo de Braga, desde 1212, D.Estevão Soares da Silva, sempre partidário das infantas contra os interesses do Rei. Agora o arcebispo acusava o Rei, de atacar as liberdades eclesiásticas e lançar impostos sobre igrejas e mosteiros, ao invés do que tinha sido acordado nas cortes de Coimbra em 1211. no que ao pagamento de isenção de impostos pelo clero havia sido decidido, bem como ao facto dos clérigos não poderem ser julgados em tribunais seculares

Perante as acusações, acompanhadas até da de adultério da parte do Rei, conduziram à excomunhão de D.Afonso II desta vez acompanhada pelo do chanceler Gonçalo Mendes o mordomo-mor Pero Anes da Nóvoa

A resposta do rei também foi a esperada, mandando executar os bens do arcebispo sendo Gil Vasques de Soverosa o representante real nessas expropriações na zona de Coimbra e na zona de Braga as gentes de Guimarães. os encarregues dessa missão, sendo aqueles bens distribuídos pelo burgueses locais.

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Acontecimento no ano de 1219

  • A peregrinação a Compostela
D. Afonso II era um homem debilitado fisicamente com uma doença variante da lepra. e sentindo que o seu estado de saúde se agravava continuamente dirige-se para o norte de Portugal com a ideia de se deslocar em peregrinação a Compostela, numa tentativa de conseguir a cura dos seus males.

A viagem teve inicio em Agosto deste ano e teve a particularidade de ser acompanhado por muita gente da nobreza mas o maior significado foi ter sido seguido pela família Mendes de Sousa, cuja maioria tinha tomado partido de suas irmão no conflito que marcara os primeiros tempos do seu reinado.

Esta viagem foi a única que fez ao estrangeiro.

  • Tratado de Baronal
Apesar da questão das partilhas com suas irmãs estivesse aparentemente resolvida devido a soluções e à intermediação propostas por Alexandre III o facto é que Afonso IX de Leão achava que os direitos d sua ex-mulher Teresa, continuavam a não estar devidamente acautelados, pelo que decide invadir Chaves como penhor desses direitos.

Foram assinadas entretanto tréguas entre os dois Reis o que aliás permitiu a viagem de D.Afonso a Compostela. Nessa tratado ficaram traçados os preliminares duma aliança entre os dois reinos contra Castela.

Chaves não foi devolvida mesmo com a assinatura deste tratado, só seria bem mais tarde em 1231 no reinado seguinte

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Acontecimentos no ano de 1218

  • 2º testamento de D.Afonso II
Em Janeiro de 1218 D.Afonso II redige o seu 2ºtestamento, possivelmente devido a um agravamento da sua doença pois era um homem debilitado fisicamente com uma doença variante da lepra que lhe provocou uma certa tendência para obesidade

  • A Bula Manifestis Probatum
A 11 de Janeiro através da bula Manifestis Probatum o papa Honório III confirma ao rei D:Afonso os previlègios concedidos pelos seus antecessores a Portugal, que toma debaixo da protecção da Santa Sé, sendo extremamente elogiosa e favorável a D.Afonso II, destacando os serviços por ele prestados nos campos de batalha mostrando- se bom filho e príncipe católico,
Insistindo que continuasse lutando no sentido de alargar o reino à custa dos infiéis, lembrando igualmente que não se esquecesse de enviar para Roma o censo anual.

  • Decreto sobre pagamento de dízimo

A 13 de Abril o ei decretou a sujeição de todas as rendas anuais ao pagamento dum dízimo a favor da Igreja e que incidia sobre os valores produzidos e transaccionados pelos agricultores, incluindo as propriedades reais, que até ai estavam isentas, paando essa dízima como qualquer cidadão.

domingo, 13 de novembro de 2011

Acontecimentos no ano de 1217

  • A reconquista de Alcácer do Sal
Já D.Afonso Henriques se tinha apoderado de Alcácer em 24 de Agosto de 1158, que demorou 11 anos após as conquistas de Lisboa e Santarém e após 3 tentativas frustradas, mais tarde em 1191 os almóadas de Almansor retomam o seu domínio que viriam a manter durante mais 26 anos.

Em 1217 chegam a Lisboa as tropas de Guilherme da Holanda e do conde White da Frísia, em mais de 200 navios, que iriam rumar à Síria no âmbito duma cruzada de iniciativa do papa Honório III.

D.Soeiro Viegas bispo de Lisboa, fala-lhes de Alcácer convencendo os cruzados a tomarem a iniciativa de tomar aquela praça grande e rica, segundo se sabia. Nem todos concordaram, cerca de 80 navios seguiram viagem mas cerca de 10.000 cruzados acompanham as forças nacionais nomeadamente das Ordens religiosas de Santiago,Templários e Hospitalários, no ataque àquela praça.

O cerco durou cerca de 2 meses e meio e ambos os sitiantes e sitiados, viriam a receber bastantes reforços durante esse período, travando-se violentos confrontos de modo que só a 18 de Outubro, se deu a rendição dos sitiados.

Alcácer do Sal foi de novo entregue à Ordem de Santiago, ficando aberta a porta á conquista do Alentejo

  • Nascimento de D.Fernando o infante de Serpa
Infante, 3º filho varão de D. Afonso II e da rainha D. Urraca, conhecido pelo nome de infante de Serpa, por ter estabelecido a sua residência em Serpa, senhorio que lhe dera seu irmão D. Sancho II, depois dele ter cedido à Coroa, a troco duma certa soma tudo quanto possuía, tanto o que herdara de seu pai e de sua irmã D. Leonor, princesa de Dinamarca, como o havido de outra origem.

  • Doações ao Mosteiro de Alcobaça
D.Afonso II doa um reguengo aos monges de Alcobaça, onde viria a ser edificado o castelo e a vila de Marvão, com excelente posição estratégica como defesa fronteiriça, Doa igualmente Aramenha que hoje é uma freguesia do concelho de Marvão, aquela entidade religiosa, que realça a grande inclinação do rei por Alcobaça, ao contrário dos seus antecessores que preferiam Coimbra.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Acontecimentos no ano de 1216

  • As confirmações afonsinas
D,Afonso decide impor alguma ordemna legalização da propriedade e usufruto da terra, pelo que são decididas medidas de administração pública visando explicitar que só rei posia dar legaliade aos poderes exercidos sobre os territórios por parte dos senhores da Terra, quer eles fossem nobres, instituições ou eclesiásticos.

O rei pretendia demonstrar o seu poder e a sua superioridade sobre as demais forças sociais, políticas e religiosas do reino.

  • Bula papal sobre o conflito com as irmãs
A 7 de Abril o papa Honório III reconhece por bula o principio da sujeição dos domínios das infantas irmãs do rei à jurisdição régia, decidindo que fossem entregues os castelos em causa à guarda dos Templários, embora as infanta lá pudessem continuar a residir e a receber as rendas sem que o rei nrlas pudesse interferir, nem lhes causar danos.

Foram igualmente levanatadas a excomunhão ao rei e o interdito ao reino.

As infantas deveriam pagar os direitos reais, pois nenhuma clausula de testamento do pai as desobrigava de tal encargo

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Acontecimentos no ano de 1215

  • Morte de Julião Pais
Julião Pais foi nomeado chanceler-mor do reino em 1182 em substituição de Pedro Feijão e após uma vacatura de cerca de 2 anos a que não será estranha a derrota de Arganal.

Coincidindo por essa data a doação a Julião Peres do lugar de Ceira.

Este chanceler, iria estender a sua influência e o seu cargo ao longo de 3 reinados, pois só viria falecer em 1215.

Foi pai do primeiro cardeal português de nome Egídio.

A sua nomeação e a longevidade, que obviamente ninguém poderia prever, constituiu o primeiro passo para a consolidação de organização administrativa do país.

Era ao chanceler-mor que estava confiado o selo real com que eram autenticados os diplomas régios. As suas funções eram amplas e incluíam o controlo dos diversos funcionários espalhados pelo País. Pode comparar-se ao que hoje em dia consideraríamos um primeiro-ministro.

O título de Mestre atribuído a Julião Pais reconhece grande sabedoria e vastos conhecimentos jurídicos, que dele fizeram pois, um dos responsáveis consolidação do reino português.

Faleceu em 1215 e está sepultado da Sé de Coimbra


  • São Domingos funda a Ordem Dominicana
Domingos de Gusmão, em Toulouse adopta uma regra de vida para a sua comunidade de pregadores, obtendo a aprovação do Bispo local.

No entanto, o seu objectivo era criar uma ordem religiosa que não ficasse restrita a uma local, a uma diocese, mas sim que tivesse um mandato geral, por forma a poder actuar em todos os territórios onde fosse necessário a evangelização.

Dirige-se nesse mesmo ano a Roma, onde decorria o Concílio de Latrão por forma a obter o reconhecimento da sua Ordem. No entanto, o concílio, perante tantos e diferentes novos movimentos que surgiram um pouco por todo lado, e por forma a evitar a anarquia, decide proibir que sejam aceites novas ordens religiosas.

Aconselhado pelo Papa, e de regresso a Toulouse, Domingos e os seus companheiros estudam as várias Regras de vida religiosa já existentes e optam pela Regra de Santo Agostinho.

Entretanto, o Papa Inocêncio III morre e Honório III torna-se Papa, sendo um admirador e amigo de Domingos e dos seus pregadores.

Em 1216, Domingos volta a Roma com a sua Regra e a seu pedido, o Papa pede à Universidade de Paris o envio para Toulouse de alguns professores destinados ao ensino e à pregação.

Entretanto, o Papa confirma a regra da Ordem dos Pregadores como religiosos “totalmente dedicados ao anúncio da palavra de Deus”. Logo após o reconhecimento da Ordem,

Domingos envia os seus primeiros discípulos, dois a dois, a fundar novas comunidades em Paris, Bolonha, Roma e a Espanha. Domingos acreditava que apenas o estudo profundo da sagrada escritura poderia dar os meios necessários para uma pregação eficaz. Assim, envia os seus irmãos para as principais cidades universitárias do seu tempo, por forma a não só adquirem os conhecimentos necessários, como para agirem e recrutarem novos membros entre as camadas estudantis e intelectuais do seu tempo.

Honra-se a Província Dominicana de Portugal de ter por seu primeiro religioso um companheiro do próprio S. Domingos, Fr. Soeiro Gomes, uma personagem ilustre e sacerdote virtuoso e sábio.

Chefiou o grupo de religiosos que veio para a Península Ibérica e logo tratou de estabelecer a nova Ordem na sua Pátria. Em 1217 já estava em Portugal como Provincial de toda a Espanha. O valor pessoal e a santidade deste e de outros varões ilustres, como o Beato Fr. Gil de Santarém – mais conhecido por S. Frei Gil –, explicam a magnífica aceitação que a Ordem de S. Domingos teve em Portugal

Fante : Provincia Portuguesa da Ordem de São Domingos

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Acontecimentos no ano de 1214


  • Pedro Alvites mestre Templário dá foral a Castelo Branco

A região de Castelo Branco foi tomada aos muçulmanos, por volta de 1165, pelas forças militares cristãs de D. Afonso Henriques.

O monarca concedeu a região à Ordem dos Templários, para que a povoasse e defendesse. A actual área de Castelo Branco integrava a propriedade régia, conhecida como Herdade da Cardosa, destacada do termo do Concelho da Covilhã no foral de 1186, no início do reinado de D. Sancho I.

Ainda no reinado deste rei, a doação aos templários foi revista em 1198, ficando a metade do território nos domínios de Fernando Sanches, (pensa-se que este nobre seja D. Fernando, o terceiro filho de D. Sancho I).

Este Senhor aí teria constituído a Vila Franca da Cardosa, em 1211.

Em 1214, o nobre D. Fernando Sanches cedeu a vila e seus domínios à Ordem do Templo, ao seu Mestre em Portugal, Pedro Alvites, na condição de: que metade dos rendimentos lhe fosse reservado, de promoverem o seu povoamento, e de nela erigirem um castelo para a defesa das suas gentes.

A doação foi confirmada na bula do Papa Inocêncio III, em 1245, sendo referido, pela primeira vez, a toponímia Castelo Branco.

Fonte: A rota do peregrino

  • Casamento de D.Mafalda irmã de D.Afonso II com Henrique de Castela
D.Mafalda era filha do rei Sancho I de Portugal e de Dulce de Barcelona, tendo recebido em herança o nome da avó, a rainha Mafalda de Sabóia.

Mafalda casou-se com Henrique I de Castela filho de Afonso VIII de Castela e da sua esposa Leonor Plantageneta (filha de Henrique II da Inglaterra e de Leonor da Aquitânia porém como ambos eram muito jovens, o casamento não foi consumado

Quando o seu pai faleceu, em 1214, Henrique contava apenas dez anos de idade. A regência do reino foi inicialmente confiada à sua mãe Leonor Plantageneta, mas com a sua morte após 24 dias, foi assumida pela sua irmã mais velha, Berengária de Castela, outrora casada com Afonso IX de Leão.

Henrique faleceria em Palência, em 1217, com apenas treze anos de idade. Quando brincava com outros jovens nobres, uma telha de uma das torres do palácio episcopal da cidade caiu acidentalmente na sua cabeça.

D.Mafalda mais tarde, tornou-se monja cisterciense, e fundou a abadia de Arouca. Faleceu no mosteiro de Rio Tinto, nas proximidades do Porto. Quando o seu corpo foi mais tarde exumado para ser trasladado para a abadia de Arouca, foi descoberto incorrupto, o que gerou uma onda de fervor religioso em torno do corpo da infanta.

A 27 de Junho de 1793 foi beatificada pelo Papa Pio VI, acompanhando assim aos altares as suas irmãs Teresa e Sancha, já declaradas beatas no início desse século. É festejada no dia 2 de Maio pela Igreja Católica.

domingo, 7 de agosto de 2011

Acontecimentos no ano de 1214

  • O primeiro testamento de D.Afonso II
Em nome de Deus. Eu, rei D. Afonso, pela graça de Deus rei de Portugal estando
são e salvo, temendo o dia da minha morte, para a salvação da minha alma e para proveito de minha mulher, a rainha D. Orraca e de meus filhos e de meus vassalos e de todo o meu reino, fiz meu testamento para que depois de minha morte, minha mulher e meus filhos e meu reino e meus vassalos e todas aquelas coisas que Deus me deu para governar estejam em paz e em tranquilidade.

Primeiramente mando que meu filho, infante D. Sancho, que tenho da rainha D. Orraca assuma o meu reino inteiramente e em paz. E se este morrer sem deixar descendentes, filho mais velho que houver da rainha D. Orraca tenha o meu reino inteiramente e em paz.

E se não tivermos filho homem, a filha mais velha que tivermos,assuma o reino. E se no tempo da minha morte, meu filho ou minha filha que deve reinar não tiver idade, esteja o reino em poder da rainha, sua mãe.

E meu reino siga em poder da rainha e de meus vassalos até quando cheguem à idade. E se eu morrer,rogo ao papa, como padre e senhor e beijo a terra ante seus pés para que ele receba sob sua guarda e sob sua proteção a rainha e meus filhos e meu reino. E se eu e a rainha morrermos, rogo e peço que meus filhos e o reino sigam sob sua protecção.

Este Testamento de D. Afonso II é um dos textos mais antigos escritos totalmente em Língua Portuguesa e foi redigido em 27 Junho de 1214, em Coimbra e foi o primeiro de três, sendo os seguintes redigidos em Santarém.

A saúde débil do rei são a causa principal da redacção desses três documentos em apenas 12 anos, mas a sua redacção também coincide com determinados momentos do seu reinado

Foram feitas 13 cópias e entregues a a diferentes personalidades, mas apenas 2 cópias chegaram aos nosso dias.

Como se viu nomeou o seu primogénito Sancho como herdeiro, seguindo-se os filhos varões e só depois as filhas, Ao Papa pedira protecção e neste caso não se tratava de assumir uma formula habitual, mas sim uma certa continuidade na confirmação do reino que outorgada em 1212.

sábado, 9 de julho de 2011

Acontecimentos no ano de 1213

  • O papa Inocêncio III absolve Afonso II de excomunhão

O papa Inocêncio III ordena aos juízes eclesiásticos que absolvam Afonso II de Portugal de excomunhão, além da multa de 50.000 cruzados (o rei recorre ao papa e é parcialmente dispensado).

Esse levantamento tinha como condição que o rei jurasse de antemão cumprir o disposto no reconhecimento do legado d suas irmãs.

Na realidade pode dizer-se que o efeito real da bula de Inocêncio III só foi considerado a partir de 26 Janeiro de 1214, após o pagamento a 12 de Dezembro do ano anterior dos censos em dívida

  • Afonso II de Portugal confirma o juízo régio sobre os domínios das infantas.
Muito embora o conflito com suas irmãs ainda se viesse a manter por muito mais tempo o certo é que a partir desta data os conflitos passaram a decorrer apenas sob o ponto de vista diplomáticos através dos representantes de ambos

terça-feira, 17 de maio de 2011

Cortes de Coimbra


  • Cortes de Coimbra

As Cortes de Coimbra destinaram-se principalmente a garantir o direito de propriedade, a regular a justiça civil, a defender os interesses materiais da coroa e a evitar os abusos. O desejo de firmar a soberania da coroa manifestou-se ainda nas «confirmações», raras até D. Afonso II a que, de 1216 a 1221, se generalizam como medida de administração pública, a nas «inquirições» que a partir de 1220 representam também uma tentativa de reprimir abusos.

Pode considerar-se as Cortes em Portugal como tendo sido as antecessoras de um verdadeiro parlamento. E estas foram as primeiras Cortes realizadas em Portugal, acerca das quais existem documentos coevos, em que participaram representantes da nobreza, do clero, e do povo


quinta-feira, 14 de abril de 2011

Acontecimentos no ano de 1212

  • Confirmação do reino de Portugal
Com data de 16 de Abril de 1212 através duma bula de Inocêncio III recebe D.Afonso a confirmação do reino de Portugal pela outorga da bula Manifestis Probatum que fora dirigida pela primeira vez a seu avô D.Afonso Henriques.

Essa bula relembra os feitos de seu avô, mencionando-as expressamente ao mesmo tempo que não foca D.Sancho I também ele, contudo igualmente recebedor de bula confirmatória em 1190,

Essa omissão deve-se ao facto do contexto de conflito existente entre o rei e suas irmãs, em que os procuradores do rei, argumentavam alguma insanidade para invalidar as decisões testamentárias de D.Sancho.

Através dessa bula é confirmada a D,Afonso a posse de todas as terras que venham a ser conquistadas aos sarracenos, ficando proibidos aos príncipes vizinhos cristãos qualquer reivindicação a esse respeito, em troca comprometia-se D.Afonso a renovar o pagamento do censo anual ao papa, a que seu avô se tinha comprometido, mas que D.Sancho se tinha "esquecido" de pagar.

Igualmente fora reconhecido neste texto confirmatório, a condenação de todo aquele que atentasse contra a pessoa do rei ou dos seus sucessores ou contra o Reino, na conjuntura do tempo bem importante pelo facto da invasão do reino pelas forças afectas a Afonso IX
  • D. Sancha concede foral a Alenquer

D.Sancha deveria receber, segundo as disposições testamentárias do pai, o castelo de Alenquer, com o resto do termo da vila, e todos os rendimentos aí produzidos, podendo usar o título de rainha enquanto senhora desse mesmo castelo.

Isto gerou uma luta com seu irmão Afonso II de Portugal, que desejando centralizar o poder, obstou à prossecução do testamento do pai, impedindo a infanta-rainha de receber os títulos e os réditos a que tinha direito - de facto Afonso II temia que esta pudesse passar a eventuais herdeiros o vasto património que o testamento lhe legava, criando assim um problema à soberania do rei de Portugal e dividindo quase o país ao meio.

  • Concessão do foral a Montemor-o-Velho

Existe uma curiosa lenda popular sobre a origem de Montemor. Conta ela que profunda rivalidade opunha os habitantes de Montemor e Maiorca, pois cada qual considerava a sua terra como colocada no ponto mais alto que a outra. Para irritar os maiorquinos gritavam os de Montemor: "Monte…Mor! Monte…Mor!" ao que os de Maiorca retorquíam "Maior…Cá! Maior…Cá!".

O facto é que em 1212 se denominava Mons Maiores ou Montis Maioris, a que se acrescentou -o-Velho quando D. Sancho I reedificou a vila alentejana de Montemor(-o-Novo).

Já no período da Nacionalidade, D. Sancho I deixou Montemor-o-Velho em testamento à filha, D. Teresa que, com a sua irmã D. Sancha, deram foral à povoação em Maio de 1212.

Fonte :Câmara Municipal de Montemor-o-Velho

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Acontecimentos no ano de 1212

  • Inicio da hostilidades pelo testamento de D.Sancho I

O facto mais marcante do reinado de D.Afonso II prende-se com o cumprimento do testamento de D.Sancho I, qe marcou o relativamente curto reinado de D.Afonso.

Tanto o rei cmo suas tias estavam obrigados a nomear um conjunto de procuradores, do quais se destacam por parte das infantas o rei de Leão Afonso IX

Dentre os filhos secundogénitos de Sancho I, que receberam apenas objectos, vestuário e lembranças pecuniárias, Pedro Sanches, diante de tão desfavorável legado, pôs-se a serviço do rei de Leão, e D. Fernando, que se exíliou em Flandres, onde viria a casar-se com Joana e tornando-se o conde dessa região

A bula que com mais pormenor descreve o ocorrido nos primeiros meses do conflito, data de 31 de Agosto de 1212 pois nela Inocêncio III relata os apelos que os procurador lhe tinham feito chegar, sobre a impossibilidade das infantas tomarem posse das terras que lhes foram deixadas: Montemor-o-Velho à infanta Teresa, Alenquer à infanta D. Sancha e os mosteiros de Bouças e de Arouca e a herdade de Seia à infanta D. Mafalda.

A questão referente ao cumprimento do testamento de Sancho I reveste-se de
grande importância para caracterizar a inflexibilidade de Afonso II, na manutenção da
integridade do património régio num ambiente político-jurídico em que o entendimento da transmissão agnática da propriedade não estava ainda sedimentado, o que fornece um primeiro indício do sentido da política empreendida por esse rei: salvaguardar as prerrogativas do poder régio face aos demais focos de poder que com ele concorriam.

Diante da exigência régia de prestar um juramento de obediência, mediado por seus alcaides e o pagamento dos direitos devidos à coroa, para que pudessem ter a posse das terras que lhes foram deixadas, as infantas D. Teresa e D. Mafalda que ao pediram a protecção de Inocêncio III, tinham motivado a bula que refiro.

  • Invasão leonesa de Trás-os-montes

Após conquistar Averis e pôr cerco a Alenquer e Montemór-o-velho, motivado pela renuncia de suas irmãs em lhe restituírem as terras, Afonso II desencadeou conflitos militares que impeliram seu irmão, Pedro Sanches, auxiliado por Afonso IX, a apoderar-se de várias povoações em Trás-os-Montes.

Precisamente numa altura em que D. Afonso II enviara para Castela a maior parte das suas tropas a fim de auxiliar Afonso VIII na sua luta contra os mouros como se pode ler no relato sobre a Batalha de Navas de Tolosa

Valeu a D. Afonso II o desfecho positivo em Navas de Tolosa que o salvou de ficar à mercê dos partidários das infantas, e a derrota esmagadora que os aliados (castelhanos e portugueses) infligiram aos sarracenos.

A guerra com o reino de Leão só veio a cessar definitivamente após a morte de Afonso IX, mas foi entrecortada por momentos de trégua, mediados pelo rei de Castela, quem, cumprindo os deveres de fidelidade para com Afonso II, já que era seu genro por ter desposado sua filha D. Urraca, conseguiu acordo de paz, no qual o rei de Leão se comprometeu a devolver os castelos por ele conquistados

Fontes : RODRIGO PELAIS BANHOZ-CONCEPÇÕES DE PODER EM AFONSO II, REI DE PORTUGAL(1211-1223):FONTES JURÍDICAS RÉGIA E CONCELHIA.

  • Batalha de Navas de Tolosa
Em 16 de Julho, ocorreu a importante batalha de Navas de Tolosa. Esta foi convocada, como cruzada peninsular, pelo Papa Inocêncio III, sob influência de Afonso VIII de Castela e do Arcebispo de Toledo Rodrigo Ximénez de Rada.

Nessa altura, a Península Ibérica estava ameaçada pelos Almóadas, comandados pelo Califa Muhammad An-Nasir. Acudiram pessoalmente à chamada os reis de Castela (Afonso VIII), de Navarra (Sancho VII) e de Aragão (Pedro II).

Igualmente estiveram presentes nobres leoneses e outras tropas além Pirinéus. D. Afonso II enviou um exército comandado por Gomes Ramires, Mestre Provincial da Ordem Templária

Com este foram todas as Ordens Militares de Portugal e tropas dos concelhos (milícias municipais, sobretudo peões). Infelizmente, Gomes Ramires pereceu três dias depois do confronto, em resultado de graves ferimentos.

A Batalha de Navas de Tolosa teve além disso como consequência que Afonso VIII de Castela e Afonso II de Portugal ficaram com gente disponível em quantidade bastante para fazer a vida negra a Afonso IX de Leão o qual, que se mostrara anteriormente bastante agressivo para ambos, pensou melhor e resolveu voltar para Leão a toda a pressa, abandonando por completo os interesses da sua ex-esposa D. Teresa.

Voltou-se então D. Afonso II novamente contra as irmãs, mas estas entretanto tinham-se solidamente fortificado nos seus castelos de Alenquer e Montemor-o-Velho onde desafiavam a ira do rei.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Acontecimentos no ano de 1211


  • Subida ao trono e a cúria de Coimbra

D,Sancho I morrera em Coimbra provavelmente a 26 de Março , muito embora as últimas notícias da presença do rei doente mas vivo, reportem a Santarém , onde o rei permanecia desde Dezembro de 1210, Contudo a avaliar por crónica de Rui de Pina sustenta-se a tese da morte em Coimbra.

A primeira referência à autoridade régia de D.Afonso e simultâneamente estabelece um baliza na datação da morte de seu pai, diz respeito a uma doação de D.Afonso a 30 de Junho ao mestre da ordem de Évora pelo qual o rei lhes outorgava a posse de Avis.

Nos primeiros meses após a morte de seu pai, D.Afonso supõem-se reúne-se com a principal nobreza, muito embora não haja referencia dos cronistas a tal acontecimento.

A falta de noticias sobre as reuniões da cúria, nessa altura , denotam por certo, as dificuldades que D.Afonso terá sofrido nessa ocasião, especialmente no que aos problemas com os seus irmãos por força do testamento de seu pai.

Os documentos saídos nesses primeiros tempos de reinado, contemplaram em 2 situações executores testamentários de D.Sancho, refiro o prior de Santa Cruz e o abade de Alcobaça, com privilégios diversos e a influente ordem de Évora, são sintomáticos da preocupação em recompensar apoios.

  • Nascimento de D.Leonor 3º filho
A única filha de Afonso e Urraca de Castela ficou órfã de mãe aos 9 anos e á semelhança de sua tia Berengária, que casou com o rei da Dinamarca Valdemar II, também ela casou em 1229 com Valdemar III, precisamente o enteado de sua tia.

No entanto desta vez, o casamento não foi tão bem sucedido como o anterior pois em 1231 faleceram Valdemar III em acidente de caça e Leonor de parto, bem como o filho. A exumação das ossadas feita bem mais tarde viria a revelar uma doença degenerativa nos ossos, em estado bastante avançado, tal como seu pai e seu avô